Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP) aponta que o tarifaço de Trump atingiria em cheio setores como o de suco de laranja, frutas, pecuária e café, mas há opções de ajuste.
É o caso do café. Perturba sim, mas com um detalhe: se os EUA não quiserem comprar, o que não vai faltar é quem queira. A demanda mundial só cresce e a produção só cai, por conta das condições climáticas.
Quem garante isso é o presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia, João Lopes Araújo.
“A produção mundial ano passado foi de 173 milhões de sacas, o consumo foi de 172 milhões, e em países como China, Indonésia e Índia, só cresce.“
Cafezinho –Diz João que para se ter uma ideia até pouco tempo atrás a China consumia 300 mil sacas, hoje são 15 milhões (cada saca tem 60 quilos).
“Na China agora é comum cafeterias. E mais: nenhum país pode expandir suas produções por falta de espaço e clima, e no Brasil a produção está caindo por causa do clima. É incrível que esse tal de tarifaço chegue justamente num momento desse.“
A Bahia, por exemplo, já teve 102 municípios produtores, hoje só tem 46 e segundo João, pode ser que em breve caia para 40.
“O semiárido não tem água no subsolo e nem rios e barragens. E também não tem chovido como sempre.”
Noutras palavras, pelo café, nem tchum para Trump.
Fonte: atarde.com.br
Publicado em 28/07/2025