A decisão de proibir o uso de celulares nas escolas não foi retrocesso e sim um avanço na opinião do psicólogo Pedro Toribio. Os dois principais prejuízos, de acordo com Toribio, estão relacionados com os casos de cyberbullying provocados por estigmas relacionados à imagem dos adolescentes e ao péssimo desempenho em disciplinas, como matemática.
“Os casos de crianças com dificuldade de concentração e de aprendizado e de bullying explodiram no consultório. É visível que a exposição em excesso das telas afeta negativamente o desenvolvimento emocional, social e cognitivo das crianças e adolescentes”, falou Pedro Toribio.
“O ambiente escolar é um espaço de aprendizado e interação social. O uso constante de celulares interfere nas experiências sociais e reduz a atenção plena nas aulas e nas atividades pedagógicas.
Estudos indicam que a exposição excessiva a telas está associada à dificuldade de concentração, o que pode prejudicar o desenvolvimento de habilidades importantes, como resolução de problemas e pensamento crítico.
Outro ponto relevante é o impacto positivo na socialização. Com menos uso das telas, os alunos são incentivados a interagir diretamente com colegas e professores, promovendo a construção de vínculos sociais mais sólidos. Essas conexões são essenciais para o desenvolvimento de competências emocionais, como empatia, escuta ativa e comunicação.
“VALIDADOS”
A ausência do celular no ambiente escolar ajuda a reduzir episódios de cyberbullying. Os jovens se sentem constantemente avaliados pelo que publicam e para se sentirem bem precisam ser “validados” nas redes sociais.
A proibição do celular também pode contribuir para um uso mais consciente da tecnologia. As crianças e adolescentes aprendem que existem momentos e contextos específicos para o uso de dispositivos, desenvolvendo uma relação mais equilibrada com o digital.
A escola também tem o papel de formar cidadãos críticos e preparados para os desafios da vida. Limitar o uso de celulares durante o período escolar não é um retrocesso, mas sim um avanço na busca por um ambiente que priorize o desenvolvimento integral dos alunos.“