Toda eleição municipal em Baixo Guandu começa com especulação de muitos disputando o cargo de prefeito, mas o processo depois se afunila e apenas de 3 a 5 candidatos, no máximo, permanecem na disputa até o fim.
Neste ano de 2024, a disputa pela Prefeitura no próximo mandato (2025/28), marcada para 6 de outubro, parece já ter tomado um contorno definitivo, a não ser que apareça de última hora uma grande surpresa.
Três nomes são cotados como certos para concorrer a prefeito: Lastênio Cardoso é declaradamente candidato à reeleição e deve enfrentar uma dura batalha contra o ex-prefeito Neto Barros, que governou Baixo Guandu entre 2013/20 e saiu da Prefeitura com índice muito elevado de aprovação, com uma gestão de 8 anos reconhecida e muito bem avaliada em todo o Estado.
Mas concorre a prefeito também o administrador Saulo Bussolar, que tem como principal trunfo o apoio do Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro e de lideranças locais como o senador Magno Malta.
Cansado
Saulo Bussolar, que já concorreu a prefeito em 2020 e obteve quase 400 votos, acredita que chegou a hora de Baixo Guandu “dar adeus à mesmice e imaginar algo diferente e inovador. Lastênio e Neto Barros se alternam no poder há 20 anos e o eleitor está cansado deste filme”, diz Saulo.
O candidato do PL acredita fortemente na influência da liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro, que venceu a eleição em baixo Guandu tanto em 2018 (quando saiu vitorioso no Brasil) quanto em 2022 – quando perdeu a reeleição para Lula.
“O eleitorado guanduense é conservador e sempre a maioria votou em Bolsonaro, tanto em 2018 quanto em 2022. É este nosso foco, reunir a direita num projeto inovador para Baixo Guandu”, afirma Saulo Bussolar.
Aposta no reconhecimento
O ex-prefeito Neto Barros, por sua vez, chega na sucessão em Baixo Guandu com a fama de quem realizou dois mandatos consecutivos (2013/20) de grande êxito, com realização de grandes obras, e período de ótimo desenvolvimento econômico do município, fato reconhecido em todo o Estado do Espírito Santo.
Assim que deixou a Prefeitura em 2020, este reconhecimento de bom gestor valeu a Neto Barros convites para a Secretaria de Governo da Serra e Subsecretaria de Ciência e Tecnologia, de onde só saiu em 5 de junho último, desincompatibilizando-se do cargo para concorrer a prefeito de Baixo Guandu em 6 de outubro.
Neto Barros entra na disputa com o antigo rival confiante de que a população não esqueceu o grande sucesso da gestão de 8 anos, entre 2013/20, quando Baixo Guandu viveu um período das chamadas “grandes obras”, como a nova Prefeitura, o novo Mercado Municipal, o Parque da Lagoa, a revitalização do centro da cidade, um programa fantástico de pavimentação de ruas e, ainda, a atração de investimentos e o excelente período de crescimento econômico.
O ex-prefeito está agora filiado ao Progressistas, um partido de centro-direita , depois de militar na esquerda muitos anos. Trata-se de uma “resignificação” da vida e conduta política, segundo Neto Barros, que confessou um certo cansaço do debate ideológico. “Precisamos pensar mais no bem estar das pessoas e esquecer um pouco esta eterna rivalidade ideológica “, avalia Neto.
Última hora
Já o atual prefeito Lastênio Cardoso, hoje filiado ao MDB, vai para a reeleição confiante num final de mandato com realização de algumas obras, depois de ficar praticamente 3 anos na gestão de Baixo Guandu sem mostrar um trabalho que justificasse a reeleição.
“Estamos muito confiantes que a população entendeu que tudo tem sua hora de acontecer”, disse ontem um apoiador do prefeito Lastênio Cardoso, que admite uma disputa difícil mas acredita numa vitória sobre Neto Barros.
Esta liderança avalia que Lastênio Cardoso está muito bem avaliado no interior e que a população da sede, onde estão 75% do eleitorado, “já está sentindo que o programa de obras iniciou definitivamente e não vai parar”.
Disputa
Neto Barros e Lastênio Cardoso já se enfrentaram 2 vezes na disputa para a Prefeitura. Em 2008, Lastênio conseguiu a reeleição vencendo Neto; já em 2016, Neto Barros deu o troco e venceu Lastênio.
Agora, em 2024, é hora do tira-teima e a expectativa é grande em torno da eleição que se aproxima, não se esquecendo que existe na disputa um terceiro candidato, Saulo Bussolar, que promete surpreender.