Que o brasileiro adora consumir uma boa cachaça já é tradição nacional, mas a bebida precisa ter qualidade para agradar os mais exigentes paladares.
Exatamente isso está acontecendo com uma cachaça produzida de forma bastante artesanal numa pequena cidade de Minas Gerais, chamada Resplendor, localizada no vale do rio Doce.
Trata-se da cachaça “Dona Bem”, produzida numa área rural localizada a apenas 2 km da sede do município, onde todo o processo de fabricação é feito com absoluto cuidado, desde a seleção da cana de boa qualidade até o armazenamento e envelhecimento, até chegar ao consumidor final.
O proprietário da indústria, Luciano Nogueira Guimarães, de 45 anos, lida com fabricação de cachaça há muitos anos, desde a juventude, quando produzia a famosa “pinga” numa propriedade no Norte de itueta, município vizinho de Resplendor, mas sonhava em conquistar um mercado mais amplo e abrangente, já com a experiência adquirida no ramo.
Surgia nesta busca de reconhecimento, em 2013, uma nova indústria, agora localizada numa área rural próxima de Resplendor, onde é produzida também a matéria prima (cana) e foi desenvolvido um processo industrial que reúne a condição artesanal à necessidade de aumento da produção.
Até 70 mil litros
O alambique da cachaça “Dona Bem” produz cerca de 5 mil litros mensais, ou aproximadamente 60/70 mil litros por ano. Além da qualidade, um dos diferenciais da cachaça é os sabores diferenciados que também agradam o consumidor, como banana, jabuticaba, amendoim e mexerica, além é claro do tradicional sabor de cana.
Mais um diferencial é o processo de maturação da cachaça, feita em recipientes inoxidáveis ou em tonéis de carvalho, o que garante um sabor que agrada em cheio o consumidor. “A cachaça Dona Bem é nosso whisky rural, preparada com muito cuidado para garantir uma ótima qualidade e só temos que comemorar o crescimento forte da demanda”, explica o proprietário Luciano Guimarães, que revela toda satisfação pelo reconhecimento da qualidade da cachaça. “Este é o nosso maior patrimônio” , diz ele.
Nome é homenagem a mulher parteira e caridosa que marcou a história do município
O nome da já famosa cachaça “Dona Bem” tem uma origem curiosa: é uma homenagem a uma mulher chamada Herotildes Nogueira Leite, que vindo do Sul de Minas Gerais ainda jovem, marcou época em Resplendor exercendo atividades do bem: era parteira, benzedeira, católica, fazia orações pelos enfermos e conhecia métodos naturais de cuidar da saúde dos seus semelhantes.
Dona Herotildes era conhecida como “Dona Bem” e foi exatamente ela que criou o neto e hoje empresário Luciano Nogueira Guimarães.
“Minha avó era uma pessoa muito querida em toda Resplendor e ficou conhecida como “dona bem”, porque dedicou sua vida em ajudar o próximo. Daí surgiu a ideia de homenagear esta grande mulher, dando seu apelido a nossa cachaça”, explicou o empresário Luciano Nogueira Guimarães.
Dona Herotildes teve vida longa: faleceu aos 98 anos. O marido dela, Joaquim Hipólito, mais conhecido como “seu Nego” também foi agraciado com muitos anos de vida, falecendo em Resplendor aos 97 anos.
O empresário Luciano se sente orgulhoso em ter convivido com estes avós, que para ele foram referências importantes em sua vida. Eles viveram exatamente no local onde hoje é produzida a cachaça.
“Minha avó Dona Bem está eternizada com a homenagem, emprestando o apelido carinhoso à nossa cachaça, que pretende ser um símbolo de qualidade em tudo que fazemos”, salientou Luciano Nogueira Guimarães.
Stands de venda em rodovias é estratégia forte de comercialização
Um dos meios encontrados pela cachaça “Dona Bem” ficar mais conhecida deu muito certo: existem stands do produto espalhados em pontos estratégicos das BR’s 259 e 101, onde é grande o fluxo de pessoas – caso de pastelarias, restaurantes ou comercialização de conveniências.
O proprietário Luciano explica que estes “stands” são um ponto de venda muito importante, com excelentes resultados, mas está também nos planos abrir uma lojinha da marca em Resplendor. “Esta loja é uma questão de reconhecimento da cidade em que estamos sediados, servindo também de apoio a um trabalho de incentivo ao turismo que também cresce em Resplendor”, acentuou o empresário Luciano Nogueira Guimarães.