Preocupada com a paralisação das indenizações e a demora da tomada de outras decisões relacionadas ao Caso Samarco, a Comissão de Atingidos de Baixo Guandu instalou na última sexta-feira (18/02), uma série de faixas no centro da cidade, protestando especialmente pela demora da designação de um juiz para despachar na 12ª Vara Federal, localizada em Belo Horizonte.
A Comissão de Baixo Guandu é uma das 34 Comissões signatárias de uma “Carta Aberta” protocolada na última quinta-feira no TRF 1, relatando as dificuldades no andamento dos processos dos atingidos no Caso Samarco, documento que também reivindica o retorno do juiz Mário de Paula Franco Júnior à 12ª Vara Federal – ele que instituiu o Sistema Simplificado de Indenizações e atuava nos processos do caso desde 2017.
Na última sexta-feira uma das coordenadoras da Comissão de Baixo Guandu, Lucilene Soares Boskyvisky, mais conhecida como Preta, gravou um vídeo junto às faixas colocadas no centro, externando a preocupação com a morosidade do retorno das indenizações e pedindo também o retorno do juiz Mário de Paula. Segue o vídeo:
Audiência
Ontem a advogada Richardeny Lemke Ott, de Baixo Guandu, confirmou o envio da “Carta Aberta” ao TRF 1, que já acusou o recebimento e ficou de marcar a data da uma audiência das Comissões com o presidente do TRF 1, em Brasília, exatamente para tratar das reparações em curso do Caso Samarco.
Richardeny confirma a reivindicação das Comissões, pedindo o retorno do juiz Mário de Paula, uma vez que ele atua no caso há quase 5 anos e conhece de perto todas as dificuldades dos atingidos pelo desastre ambiental do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, que originou o Caso Samarco.
Dra Richardeny lembrou que a última lista de indenizações data de dezembro de 2021, e existem milhares de atingidos aguardando reparação. “Sem um juiz que responda na 12ª Vara, onde há homologação judicial”, lembrou Richardeny Lemke.
Com a experiência de quem peticionou de forma pioneira e conseguiu, na Justiça Federal, a implantação do Sistema Simplificado (Novel), que já indenizou 50 mil atingidos com R$ 5,1 bilhões, a advogada Richardeny entende que a luta em favor dos atingidos deve ser permanente.
“Existem vários processos na 12ª Vara Federal aguardando decisões para os atingidos e nossa luta é diária para garantir as melhores indenizações”, afirmou Richardeny, que espera uma solução ” mais rápida possível” em torno da definição de um juiz para a 12ª Vara Federal.
“Já obtivemos uma resposta à Carta Aberta” protocolada na TRF1 e aguardamos agora uma audiência das Comissões dos Atingidos com o presidente daquela Corte, desembargador I’talo Fioravanti Sabo Mendes”, explicou a advogada.