A cidade de Aimorés está de luto: faleceu ontem (06/07), aos 86 anos, a comerciante Laura da Rocha Madeira, a “Tia Laura”, que durante 34 anos comandou na cidade um restaurante famoso por oferecer à clientela pratos deliciosos a base de peixes, especialmente do rio Doce.
Embora a família não tenha se manifestado oficialmente sobre as causas da morte, consta que Tia Laura faleceu em consequência de complicações da COVID. O filho dela, Benilde, também contraiu a doença e está internado em Colatina há mais de uma semana, entubado, mas em estado estável.
Tia Laura chegou em Aimorés aos 3 anos de idade, tendo nascido no interior do município de Baixo Guandu, na localidade de Mutum Claro. Em 1970, abriu na Barra do Manhuaçu um “boteco” vendendo salgados e bebidas, até que em 1979 fundou o restaurante “Tia Laura”, que se especializou em preparar moquecas e peixe frito que fez grande fama em toda a região.
O restaurante funcionou durante 34 anos, até 2013, quando uma grande enchente do rio Doce destruiu as dependências do “Tia Laura”. Em 2015, outro golpe contra a tentativa de reabrir o restaurante: o rio Doce foi tomado pela lama da Samarco e acabou com a matéria prima que sustentava as atividades – o peixe.
Pelo restaurante da “Tia Laura” passaram milhares de pessoas, que consideravam o peixe preparado ali sem comparação em matéria de sabor. O restaurante promovia ainda apresentações artísticas memoráveis, tudo embalado pela moqueca e petiscos que alegravam as noites de Aimorés. A fama da boa comida atraía para Aimorés pessoas residentes em várias cidades ao longo do vale do rio Doce. Tia Laura teve 10 filhos, 16 netos e ainda grande número de bisnetos.
O falecimento movimentou as redes sociais especialmente de Aimorés ontem, com centenas de manifestações elogiosas a Tia Laura, considerada uma pessoa extremamente generosa e que empregou – e ensinou- dezenas de pessoas a arte de cozinhar.