Eufóricos com os preços do café conilon nesta safra de 2025, quando a saca de 60 kg chegou a ser cotada a cerca de R$ 1.700,00, os produtores estão apressando a colheita com receio de novas quedas no preço, situação que vem ocorrendo nas últimas semanas. O conilon na semana passada ficou em torno de R$ 1.100,00, muito abaixo do preço registrado no começo de maio, quando começou a colheita.
“O café conilon caiu demais de preço e o produtor quer fazer logo a colheita para garantir pelo menos R$ 1 mil pela saca de 60 kg”, explicou ontem um cafeicultor de Colatina, que teme novas baixas nas próximas semanas. “O negócio é colher e vender logo, a não ser para quem possui estrutura para armazenar e aguardar uma reação nos preços”, explicou.
Os preços do café ficaram pressionados e se consolidaram baixos nas bolsas internacionais no fechamento desta última sexta-feira (27).
O conilon, principal produto da agricultura do Espírito Santo, fechou em R$ 1.100,00 a saca, conforme o Painel do Café, serviço mantido por especialistas de Colatina.
Essa nova queda (quase 50% em relação ao melhor momento da entressafra) ocorreu após relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontar que a produção mundial de café em 2025/26 deverá totalizar um recorde de 178,68 milhões de sacas, o que representa um aumento de 2,47% comparada a temporada anterior.
O documento do USDA destaca ainda que a colheita combinada de café Arábica e Robusta no Brasil deve aumentar em apenas 300 mil/sacas, chegando a 65 milhões em 2025/26.
“A colheita de Robusta deve ser 3,1 milhões de sacas maior, atingindo um recorde de 24,1 milhões, já que as boas chuvas favoreceram o desenvolvimento dos frutos nos principais estados produtores (Espírito Santo e Bahia)”, afirma o documento.
O relatório diz ainda: “Já a produção de arábica deve cair 2,8 milhões de sacas, chegando a 40,9 milhões, uma vez que a seca e as altas temperaturas em Minas Gerais e São Paulo afetaram negativamente a floração e o vingamento dos frutos”.
Já a produção do Vietnã nesta temporada deverá aumentar em 6,9% em relação ao ano anterior, para 31 milhões de sacas, a maior dos últimos 4 anos.
Também houve uma boa recuperação da produção na Indonésia, com um aumento estimado de 5,1% em relação ao ano anterior, totalizando 11,3 milhões de sacas, e uma safra recorde para Etiópia com 11,6 milhões de sacas, um aumento de 8,4% em relação a safra anterior.
De acordo com o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, o mercado segue pressionado negativamente também com o avanço da colheita brasileira, com os trabalhos já superando a metade da nova safra.
Fonte: Da Redação / tribunanorteleste.com.br
Publicado em 30/06/2025