A ação contra a BHP/Vale na Inglaterra ganhou hoje contornos de forte dúvida, com a anunciada demissão de aproximadamente 100 funcionários do escritório internacional de advocacia Pogust Goodhead, patrono da causa, em função de uma crise financeira já admitida abertamente por fontes da empresa.
Este momento de instabilidade ocorre depois da homologação da repactuação no Brasil, que teria provocado uma forte “retração” dos investidores internacionais para manter a operacionalidade da Pogust Goodhead.
Hoje bateu forte outra especulação em torno das atividades da Pogust Goodhead: o sócio Harry Pogust teria se desentendido com o CEO Thomas Goodhead e estaria decidido a abandonar a causa. A ação da Pogust na Inglaterra envolve cerca de R$ 230 bilhões, com mais de 600 mil clientes no Brasil, com expectativa do resultado da ação acontecer até meados de 2025.
Dúvidas
Um porta-voz da Pogust Goodhead disse ao Law Society Gazette que o escritório precisa se “reposicionar” para seguir operacional.
O advogado Thomas Goodhead, um dos fundadores do escritório, declarou ao Poder 360 que muitos réus buscam atrasar os casos pensando que a empresa ficaria sem dinheiro. Segundo ele, não é o caso. “Eu disse à minha equipe que temos que trabalhar mais e de forma mais inteligente”, afirmou.
Toda esta situação envolvendo a crise na Pogust Goodhead ocorre num momento crucial de definições sobre a escolha dos atingidos entre ficar com a repactuação, no Brasil, ou aguardar o resultado da ação na Inglaterra.
Consta que grande parte das Prefeituras de MG e ES já estariam propensas a optar pela repactuação, uma vez que nesta modalidade os números indenizatórios já estão definidos, enquanto na Inglaterra ninguém arrisca se a ação terá êxito.
Quanto aos atingidos de modo geral, a dificuldade é optar também pela certeza da indenização ou esperar o resultado (incerto) da Corte Inglesa. Somente no Programa de Indenização Definitiva (PID) a repactuação vai pagar R$ 35 mil a cerca de 300 mil impactados na bacia do rio Doce e região estuarina. Este valor sobe para R$ 95 mil no caso dos agricultores e pescadores.
As Prefeituras tem prazo até 6 de março para fazer a opção entre a repactuação ou a ação inglesa. Já o portal que receberá os requerimentos dos atingidos em geral vai abrir até 6 de abril, com os pagamentos em massa previstos para acontecer entre junho e julho de 2025. Lembrando que o pagamento aos atingidos será feito em cota única, e não em 20 anos como diariamente pessoas insistem em informar, erroneamente, em grupos de whatsapp.
BHP nega acordo
Para complementar a situação complicada da ação na Inglaterra, a BHP tornou público também hoje que não está envolvida em nenhuma negociação em busca de um acordo no processo que move a Pogust Goodhead.
A BHP enviou uma carta à sede da Pogust Goodhead, no Reino Unido, negando qualquer possibilidade de acordo, contrariando o próprio escritório de advocacia, que admitia constantemente esta possibilidade.
Fonte: www.poder360.com.br / Da Redação
Aí acabou com mais de anos de lutar