O rompimento da barragem de Mariana, em 2015, impactou dezenas de milhares de pessoas ao longo da bacia do rio Doce e garantiu indenização a boa parcela dos atingidos, porém muitos ainda aguardam uma solução para o ressarcimento dos danos.
É o caso do feirante e pescador Gilmar Costa Soares, de 58 anos, residente em Baixo Guandu, que busca reparação dos danos sofridos em decorrência da lama que causou um rastro de destruição no rio Doce e impactou até a região litorânea, provocando desespero a milhares de famílias que sobreviviam de atividades ligadas ao rio.
“Eu fiz cadastro em 2016 e inicialmente me ofereceram uma indenização de R$ 11,2 mil, através do PIM, que rejeitei por considerar a quantia totalmente incompatível com os danos”, afirma Gilmar, que desde então vive 9 anos de agonia esperando uma ‘indenização justa’.
Pelo Novel
Sem receber pelo Programa de Indenização Mediada (PIM), Gilmar recorreu ao sistema Novel , criado pela Justiça Federal em 2020, esperando a indenização. Por este sistema o atingido chegou a ser classificado em quatro danos, entre eles o de pescador informal, artesão e revendedor de produtos para pesca, porém nunca obteve êxito na busca por reparação.
Gilmar já fez manifestações de protesto em frente ao escritório da Fundação Renova em Baixo Guandu, participou de audiências online com representantes da Fundação Renova, mas nunca obteve retorno positivo.
“Toda hora é uma desculpa diferente. A própria Fundação Renova me ligou há cerca de um mês prometendo retorno sobre a indenização, mas até hoje, nada. Já não sei mais a quem recorrer”, desabafa.
O atingido Gilmar Costa Soares explica que perdeu cerca de 60% da renda que tinha antes da lama do rio Doce, e hoje vive exclusivamente da venda de temperos que realiza semanalmente nas feirinhas de Baixo Guandu e na cidade vizinha de Aimorés.
“Antes eu fabricava artesanalmente redes de pesca, tarrafas, jiquis e vendia na feira, onde tenho banca desde 2011, também praticava a pesca informal. Tudo isso acabou com a lama que destruiu o rio Doce em 2015, me prejudicando gravamente na renda que obtinha antes do rompimento da barragem”, explica Gilmar Costa Soares.
Oferta
Recentemente fizeram até uma proposta de indenização no valor de R$ 119 mil, conforme relata Gilmar, que juntou documentação e aguardava uma resposta rápida e positiva para “pelo menos amenizar tudo que perdi com a lama do rio Doce”. Segundo Gilmar, tudo permanece sem uma solução.
“São 9 anos de agonia, que se completam agora em novembro. Perdi quase toda a renda, nunca recebi sequer o Auxílio Financeiro Emergencial (AFE) e permaneço em busca de uma indenização justa. Já não sei a quem recorrer”, finaliza Gilmar Costa Soares.
Pois er Sr. Gilmar tamo no mesmo barco furado. Sem saber quando isso vai sair de verdade se eh q vai sair ne!!!
Como sr Gilmar eu também estou na mesma situação já faz 9anos