A segunda estimativa para a safra de café, em 2023, aponta para uma produção de café conilon no Espírito Santo de 10.575 mil sacas, -14,4% em relação à safra anterior. Para o arábica, a produção deve ser de 3.075 mil sacas, 29,5% abaixo do volume colhido na safra de 2022.
No total, devem ser produzidas no território capixaba, 13.650 sacas das duas espécies. As informações são do 2º levantamento da cultura realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que estimou uma redução total de 18,4% na produção de sacas.
Para a Conab, a retração foi causada pelo longo período de estiagem, aliado às baixas temperaturas e ano de bienalidade negativa, sobretudo, no arábica. A área total em produção está estimada em 392.760,0 hectares (-2,41).
O Espírito Santo é referência mundial na produção de café e produz as duas espécies mais consumidas no mundo: arábica e conilon. Ainda segundo o levantamento da Conab, a cafeicultura capixaba gera cerca de 400 mil empregos diretos e indiretos, e está presente em mais de 75 mil das 108 mil propriedades agrícolas do Estado.
Na primeira pesquisa do ano realizada pela Conab, a previsão para o Espírito Santo foi de 261,921 hectares e 43,8 sacas por hectare. O estado capixaba é o maior produtor de conilon do Brasil.
Produção brasileira
Já a produção brasileira de café na safra 2023 deverá registrar crescimento de 7,5% em relação ao ciclo passado. Neste ano, a colheita está estimada em 54,74 milhões de sacas beneficiadas contra 50,92 milhões de sacas em 2022. A área em produção total no país em 2023, contabilizando as duas espécies (arábica e conilon), totaliza 1,87 milhão de hectares, aumento de 1,7% sobre a safra anterior.
O bom resultado é esperado mesmo em um ano de bienalidade negativa, segundo o levantamento da cultura da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se a estimativa para este ano for comparada com o volume colhido na safra 2021, último ano de bienalidade negativa, o aumento chega a ser de 14,7%.
Nos primeiros quatro meses deste ano, o Brasil exportou 11,2 milhões de sacas de 60 kg. O volume representa uma queda de 20,3% na comparação com as 14,1 milhões de sacas exportadas em igual período de 2022.
A redução repete o comportamento registrado em 2021 e 2022 em razão da restrição da oferta interna nos primeiros meses do ano, o que limita a disponibilidade de café para a venda ao mercado externo, segundo a Conab.
Novo programa
Nesta segunda-feira (22), o governador do Estado, Renato Casagrande, lançou o Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do Espírito Santo. Inédito no País, de acordo com a Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), o programa se baseia no conceito de sustentabilidade, tema que está incluso em todos os eixos de atuação e tem como meta o aumento da produtividade, adequação ambiental e ampliação dos cafés superiores.
O programa prevê ampliação da formação profissional e da capacitação de técnicos e produtores. Também serão desenvolvidos os projetos de geolocalização do parque cafeeiro, de fomento à mecanização e automação na cafeicultura, além de assistência técnica digital, e o fortalecimento da pesquisa, extensão e inovação. O Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura no Espírito Santo é pautado ainda por projetos sociais, como o de fortalecimento e o incentivo ao associativismo e cooperativismo.
“O café de qualidade, que está presente em 70% das propriedades capixabas, é um produto de distribuição de riqueza. Nós somos e queremos ser cada vez mais um Estado sustentável. A inovação é outro eixo importante desse programa. Por isso, queremos inovar e modernizar ainda mais nossa produção, agregando valor ao produto. Nada é mais importante para este Estado do que desenvolvimento regional e o café é o maior produto do nosso desenvolvimento”, afirmou o governador.
Fonte: ESBRASIL