Filha do conhecido “seu” Geraldo da Farmácia Circulista, que marcou época em Baixo Guandu durante décadas, a guanduense Ethel Maciel foi confirmada ontem Secretária Nacional de Vigilância em Saúde, cargo de grande importância do Ministério da Saúde do Governo Lula.
Cientista reconhecida nacionalmente, Ethel Maciel é professora da UFES e chegou a ser eleita reitora da Universidade para o período 2020/2024, mas foi preterida pelo então presidente Jair Bolsonaro. Nasceu e viveu em Baixo Guandu até a adolescência, quando partiu para estudar fora e tornar-se uma respeitada cientista, destacando-se em nível nacional durante a pandemia da Covid.
Ethel Maciel foi anunciada na tarde desta segunda-feira (2) como a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), no Ministério da Saúde. A cientista, natural de Baixo Guandu, Região Norte do Espírito Santo, tem uma vida dedicada à pesquisa e à popularização da ciência no Brasil e no mundo.
Ethel divulgou nas redes sociais o novo cargo que vai assumir a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.
“Compartilho com vocês a imensa honra e alegria do desafio em assumir a partir de hoje a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), no Ministério da Saúde. Após estes últimos anos, que pareceriam não ter fim, vamos trabalhar por um futuro melhor. Temos a confiança de que isso é possível: o nosso SUS é a maior prova do quanto o Brasil pode fazer na área da Saúde”, postou Ethel.
Referência na pesquisa de doenças infecciosas, Ethel teve o primeiro contato com a pesquisa por meio de uma bolsa de Iniciação Científica disponibilizada para estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), onde se formou em Enfermagem.
“Ali eu sabia que queria ser pesquisadora. Continuei o curso e, no final da graduação, conheci professores que me apresentaram a epidemiologia, área que eu me encontrei e escolhi seguir”, disse Ethel.
Ethel fez mestrado, doutorado, pós- doutorado, tudo simultaneamente a criação dos seus filhos, que hoje têm 31, 23 e 17 anos. Realizou o sonho de estudar na universidade referência em epidemiologia no mundo – Hopkins University -, ser bolsista por produtividade no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e de ser consultora em tuberculose da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Desde o início da pandemia, Ethel desempenhou um papel importante entre os pesquisadores no combate à covid-19. Entre as contribuições, a cienstista participou do grupo “Eixo Epidemiológico do Plano Operacional Vacinação Covid-19”, criado pelo Ministério da Saúde, no qual pesquisadores e profissionais da saúde se encarregaram de definir os grupos prioritários da vacinação.
“Eu tenho muita consciência da responsabilidade de desempenhar neste momento um papel de qualidade, da importância de difundir a ciência, porque sei que muita gente vai se pautar no que vamos falar. Tenho consciência do que é ser uma mulher de referência para outras mulheres, de ser porta-voz para as pessoas. O que desejo é que as mulheres que venham depois de mim, pesquisadores ou não, tenham mais facilidades em conquistar o seu espaço do que eu”.
Formação
Enfermeira, doutora em Epidemiologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pós-doutora em Saúde Pública e Epidemiologia pela Johns Hopkins University (EUA) e professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel atualmente também é referência na pesquisa de doenças infeccionas, como a Covid-19, zika vírus, febre amarela, monkeypox e, em especial, a tuberculose.
Atuação
Atualmente, a cientista é membro do grupo assessor para eliminação da tuberculose nas Américas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), e também representa o Brasil na Rede Governamental de Pesquisa em Tuberculose dos países do BRICS, um agrupamento de países de mercado emergente em relação ao seu desenvolvimento econômico.
Ethel também é presidente da Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (REDE-TB) e membro do Grupo Técnico Assessor de Tuberculose no Ministério da Saúde (MS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Redes sociais
Nas redes sociais, a cientista também é atuante na popularização da ciência. Ethel sempre se posiciona em relação a fatos importantes, como o corte de bolsas do Ministério da Educação (MEC), ao enfretamento da Covid-19, e outras questões.
A pesquisadora também declarou voto publicamente a Lula e Renato Casagrande, que venceram as eleições 2022.
Reitora eleita, mas não nomeada por Bolsonaro
Na universidade onde leciona, a Ufes, Ethel foi vice-reitora no período de 2013 a 2020. Em 2019, foi eleita para o quadriênio 2020-2024 como a primeira mulher para comandar a universidade pela maioria dos professores, servidores, alunos da universidade e pelo Conselho Universitário. Mas a cientista teve o nome preterido na lista tríplice apresentada ao governo federal e não foi nomeada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Ethel, por várias vezes, se posicionou contra as políticas públicas de educação e saúde do Governo Bolsonaro não só na pandemia, mas antes também.
A cientista é uma das vozes críticas ao “Future-se”, projeto do Ministério da Educação que quer vincular parte do custeio das universidades federais à captação de recursos privados e regulamentar a gestão das instituições com participações de Organizações Sociais privadas.
Além disso, durante a pandemia, fez diversas críticas ao Presidente da República por causa do relaxamento das regras de restrição para evitar a contaminação da covid-19, do atraso da compra de vacinas, e do desestímulo de Bolsonaro à imunização.
Com informações de g1.globo.com
Pelo censo de 2020 a população de B. Guando estava estimada em 31 mil habitantes. O seu repasse de ICMS, em 2022 foi de 0,643%, ficando em trigésimo lugar entre os municipios do Estado. São numeros modestos, ainda que o numero de habitantes também o seja.
Agora, tem uma coisa. O jornal Folha 1 ê um dos maiores e melhores do Estado.
Por isso recomendo sempre que a democracia é muito importante, com certeza o eleitor deverá lembrar nas próximas eleições, nas urnas esse descaso. Ainda em tempo, falta ainda dois anos para a conclusão do mandato// abração especial