O maior desastre ambiental da história do Brasil virou livro e já está na 2ª edição, relatando com detalhes o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em 5 de novembro de 2015, que originou o “Caso Samarco”.
Hoje, 15 de setembro de 2023, faz exatamente um ano que a autora, advogada Richardeny Lemke, fez o lançamento do livro, no Cerimonial Travessia, em Baixo Guandu, num evento concorrido com cerca de 500 pessoas.
O livro, cujo título é “Caso Samarco”, retrata com precisão toda a história que envolve as circunstâncias do rompimento da barragem, com destaque para o longo caminho e a luta pelas indenizações aos atingidos. A Samarco é de propriedade de duas gigantes da mineração mundial (Vale e BHP Billiton) e voltou a operar no final de 2022, depois de uma paralisação de quase 7 anos.
O “Caso Samarco”, com 280 páginas incluindo um amplo registro fotográfico do desastre ambiental, pode ser adquirido via internet, bastando clicar no quadro abaixo:
Referência
A advogada Richardeny Lemke tornou-se uma referência no Caso Samarco ao conseguir, em 1º de julho de 2020, uma sentença inédita na Justiça Federal que implantou o Sistema Simplificado de Indenizações, o Novel, que acabaria se transformando no mais eficiente meio de reparação aos atingidos pelo rompimento da barragem de Mariana.
O Novel, em apenas 3 anos, pagou cerca de R$ 10 bilhões em indenizações a aproximadamente 100 mil pessoas/empresas, em toda bacia do rio Doce e região estuarina, constituindo-se no maior sistema reparatório da história da mineração no mundo.
Representando a Comissão de Atingidos de Baixo Guandu, a advogada Richardeny Lemke conseguiu esta sentença depois de quatro anos de muita luta, quando o sistema indenizatório gerenciado pela Fundação Renova era extremamente tímido e ineficiente, com poucos resultados efetivos em favor dos atingidos.
No livro “Caso Samarco”, que continua muito atual porque aborda de forma abrangente todo o sistema indenizatório, a advogada Richardeny Lemke faz um passeio pela história da mineração no Brasil, destacando suas origens até a ampla exploração nas jazidas de Minas Gerais e a conexão desta atividade econômica com o Espírito Santo.
O rompimento da barragem de Fundão é um marco na história da mineração no país, pela extensão dos danos ambientais, com o despejo de milhões de toneladas de material tóxico nas águas do rio Doce. Esta lama tóxica chegou ao Oceano Atlântico, em Linhares, causando danos severos também na região litorânea.
Próximo de completar 8 anos, o desastre ambiental da Samarco não pode ser esquecido, segundo a autora do livro Richardeny Lemke, porque existe pela frente, além da ampliação das indenizações aos atingidos, a necessidade de recuperar os danos ambientais.
“Dezenas de milhares de pessoas viviam e tiravam seu sustento do rio Doce e região estuarina. Não basta ampliar as indenizações aos atingidos, é preciso agora, mais que nunca, lutar pela recuperação ambiental e garantir o retorno do meio de sobrevivência de tanta gente”, afirma a advogada Richardeny Lemke.