O debate sobre uso de cerol ou linha chilena vai esquentar esta semana na Assembleia Legislativa com a realização de uma audiência pública comandada pelo deputado estadual Mazinho dos Anjos (PSDB) nesta quarta-feira, 23, às 14h, no plenário Dirceu Cardoso.
Os pipeiros (adeptos do esporte de soltar pipas) também foram convidados para o debate visando à possibilidade de criação de “pipódromos” (áreas demarcadas especificamente para a atividade). A utilização indiscriminada do cerol (mistura de cola e pó de vidro passada na linha para cortar linhas de outras pipas) ou linha chilena, que tem provocado vários acidentes, alguns fatais, principalmente envolvendo pilotos de motocicletas, em especial aqueles que trabalham como entregadores em bairros mais periféricos, é um dos principais assuntos da pauta.
O deputado apresentou na Assembleia um projeto de lei aumentando a multa para até 21 mil para quem for pego comercializando ou usando esse tipo de material perigoso à segurança de terceiros e prevendo, até mesmo, a prisão dos infratores. Praticantes do esporte, que o fazem com critério, fizeram contato com o parlamentar pedindo uma audiência para debater o tema e discutirem a criação de áreas especificas para a atividade.
No início deste mês (dia 8), policiais militares e agentes da Guarda Municipal de Vitória realizaram uma blitz na Praia de Camburi, porque havia a informação de que estaria sendo realizado um campeonato de pipas no local. O deputado já fez ao governador Renato Casagrande (PSB) a indicação de que sejam criadas áreas especificas para a prática do esporte, os “pipódromos”, e os próprios praticantes vão indicar as melhores regiões para que isso aconteça. A blitz de terça à noite resultou na apreensão de alguns materiais com cerol e os pipeiros que estavam chegando se dispersaram e deixaram o local.
Antigamente, soltar pipa — ou papagaio — era uma brincadeira que divertia crianças por todo o Brasil, seja em parques ou mesmo ruas, especialmente em períodos de férias. Atualmente, a tecnologia muito mais presente na vida das pessoas diminuiu o número de praticantes da modalidade. Entretanto, ainda há muitos que resistem, boa parte deles adultos que viveram os tempos áureos da atividade. No Amazonas, por exemplo, um projeto de lei regulamentou a atividade, proibindo uso de cerol e invadir casas para resgatar pipas cujas linhas foram cortadas. No Rio de Janeiro foram definidos pipódromos, existentes também em várias outras cidades do País.
A preocupação principal é sempre com os acidentes envolvendo uso de cerol ou linha chilena pelos praticantes do esporte.
Fonte: Assessoria Parlamentar Mazinho dos Anjos