O município de Baixo Guandu perdeu um investimento de R$ 25,4 milhões, recursos da Fundação Renova que seriam aplicados na construção de um novo hospital na cidade, de médio porte, com capacidade para 60 leitos, sendo 10 de UTI.
A Secretaria Estadual de Saúde (SESA) confirmou esta semana, em resposta a uma indagação do JornalFolha1, que os projetos pactuados em 2019 foram reavaliados em 2022, resultando na decisão de construir um novo hospital em Colatina, com 280 leitos.
A SESA confirma também, no entanto, que parte dos recursos anunciados pela Fundação Renova serão utilizados na “reforma estrutural e modernização” do hospital Dr. João dos Santos Neves, de Baixo Guandu.
Esta mudança radical no planejamento da utilização dos recursos da Fundação Renova significa, na verdade, uma grande derrota para Baixo Guandu. Um hospital novo, de médio porte, seria importante não só para atender a população local, inclusive com leitos de UTI, mas também alavancar a economia local. O novo hospital atenderia a pelo menos 10 municípios da região e traria uma grande movimentação no comércio de Baixo Guandu.
Lideranças não lideram
Baixo Guandu perdeu este grande investimento, por absoluta falta de liderança dos políticos locais. A gestão municipal concordou em receber como “consolo” a reforma do hospital Dr. João dos Santos Neves, deixando de lutar pela construção do novo hospital em Baixo Guandu.
O deputado guanduense Dary Pagung, que é líder do Governo Renato Casagrande na Assembleia Legislativa, também foi indagado pelo JornalFolha1 para se posicionar sobre a perda do hospital. O deputado simplesmente ignorou o questionamento, demonstrando que o assunto não lhe interessa.
A definição da não construção do novo hospital em Baixo Guandu aconteceu ainda em 2022, por volta do mês de agosto, mas tudo foi decidido sem qualquer comunicação dos fatos à população de Baixo Guandu. Tudo feito “na surdina” para evitar qualquer tipo de especulação política, tendo em vista que a eleição já se aproximava.
A posição oficial da SESA
A Secretaria Estadual de Saúde, por sua vez, agora não se omitiu em abordar a questão do novo hospital. Enviou um e-mail para o JornalFolha1 com a seguinte explicação:
Acordo foi desfeito
O acordo com a Fundação Renova para construir um novo hospital em Baixo Guandu, com 60 leitos, foi fechado ainda em 2019, durante a gestão de Neto Barros.
Durante o ano 2020, quando Nésio Fernandes ainda era secretário estadual de Saúde, a Prefeitura ofereceu uma área que pertence ao município nas proximidades do residencial Ricardo Holz, próximo à BR-259, para a construção do hospital.
O então prefeito Neto Barros e o secretário Nésio, acompanhados da secretária municipal de Saúde Terezinha Bolzani chegaram a fazer uma visita ao local, inicialmente aprovado pelo secretário de Saúde. Como membro representando os municípios capixabas no Comitê Interfederativo (CIF), o ex-prefeito Neto Barros defendeu a construção do novo hospital e com seu voto, aprovou a demanda junto à Fundação Renova, mas parece que restou agora um enorme frustação pelo direcionamento dos recursos a outro município.
No final do ano 2020, mudou a gestão municipal e consta que, inicialmente, o novo prefeito Lastênio Cardoso ofereceu a área da Escola Professor Nunes, no centro da cidade, para construção do novo hospital.
Posteriormente, no entanto, o prefeito Lastênio teria concordado em receber a “reforma e modernização” do hospital Dr. João dos Santos Neves em troca da construção do novo hospital em Baixo Guandu.
A cidade perdeu, desta forma, a oportunidade de ter um novo e moderno hospital, com 10 leitos de UTI, que teria capacidade de atendimento a pelo menos 10 municípios da região.
A perda enorme para Baixo Guandu se resume a uma situação que a cidade está acostumada: os pacientes com maior gravidade continuarão a ser levados para Colatina, bem como as grávidas no momento do parto.
Na campanha eleitoral de 2020, o prefeito Lastênio Cardoso assumiu o compromisso de reativar a maternidade no hospital de Baixo Guandu, criticando severamente o fato das crianças do município estarem nascendo em Colatina ou no hospital de Aimorés.
O mandato de Lastênio está se encerrando e ele, além de não cumprir o compromisso de reativar a maternidade, permitiu que Baixo Guandu perdesse a construção de um novo hospital , fundamental para a evolução no atendimento à população e fator de desenvolvimento da economia local.
Deliberação do CIF garantiu os recursos
Em dezembro de 2020, mais precisamente no dia 7, o Comitê Interfederativo (CIF) expediu comunicado relatando uma série de benefícios para o Espírito Santo, entre eles a construção do novo hospital de Baixo Guandu. Conheça a deliberação, clique aqui.
Nota Técnica da SESA
Da mesma forma, também em 2020, nota técnica da Secretaria Estadual de Saúde (SESA) detalhava com pormenores as etapas dos benefícios à Saúde decorrentes de recursos da Fundação Renova, incluindo o hospital de Baixo Guandu. Acesse a nota técnica clicando aqui.
Poxa perdemos a oportunidade de ter bom hospital.modermizado para atender a nossa população.. precisávamos muito …mais infelizmente não prefeitura em vez de ir para frente anda para trás . ficamos muito triste com notícia ..