O ginásio poliesportivo da cidade de Baixo Guandu ficou lotado na tarde desta sexta-feira (26/8) quando foi realizada uma audiência pública para discutir a repactuação do Caso Samarco, que é coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está em processo de conclusão.
A audiência contou com a presença do conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello, do CNJ (que coordena a repactuação) e serviu para os impactados levarem suas reivindicações no novo acordo que está em andamento referente ao rompimento da barragem de Mariana, ocorrido em 2015.
A presença de público surpreendeu: centenas de pessoas e representantes de pelo menos 15 territórios da bacia do rio Doce vieram a Baixo Guandu apresentar ao CNJ , suas impressões sobre o processo de repactuação, que envolve também os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo.
“Foi um grande sucesso e só temos que agradecer a todos que participaram”, disse agora à noite a procuradora da Comissão de Atingidos de Baixo Guandu, advogada Richardeny Lemke. A Comissão organizou e coordenou a audiência, onde representantes dos atingidos tiveram a oportunidade de conversar diretamente com o conselheiro Bandeira de Mello.
Com início às 14 horas, a audiência se estendeu até por volta das 17h30m. Pouco antes deste horário o conselheiro Bandeira de Mello se ausentou para um encontro, também com atingidos, na cidade mineira de Aimorés.
Participação
Tudo que os atingidos da bacia do rio Doce querem é participação efetiva nos recursos que serão destinados ao processo de repactuação. Os impactados continuam sofrendo as consequências da lama da Samarco que invadiu o rio Doce , situação agravada pela impossibilidade de utilização do rio Doce para a pesca , entre outras consequências que preocupam a população. Um laudo divulgado na semana passada a pedido da Justiça Federal, por exemplo, mostrou que os peixes do rio estão contaminados com metais pesados e impróprios para o consumo.
No processo de repactuação, o Ministério Público Federal (MPF) estimou recursos de R$ 115 bilhões para o acordo, que tem participação também dos governos de Minas Gerais e do Espírito Santo. Os responsáveis pelo pagamento seriam a própria Samarco e suas controladoras, Vale e BHP Billiton.
A distribuição destes recursos ainda não foi definida e exatamente isso preocupa os atingidos, já que a grande fatia do bolo deve ficar com os governos de MG e do ES.
Além disso, permanece o impasse sobre o acordo: na última terça-feira houve uma reunião em Brasília com representantes das empresas poluidoras, que ofereceram um valor (não divulgado) que desagradou em cheio. O Governo de Minas se retirou das negociações, que devem ser retomadas nas próximas semanas.
Eu fiz o cadastro de pescador amador em 2017 e ate hoje não fui indenizado