Baixo Guandu exporta dois produtos locais para os Estados Unidos da América (café e rochas ornamentais), e o tarifaço de 50% anunciado pelo presidente Donald Trump já impacta a rotina de quem produz no município.
Existe uma grande incerteza sobre a economia do Espírito Santo após o tarifaço anunciado por Trump, que deve vigorar a partir de 1 de agosto, se as negociações fracassarem e o presidente americano mantiver a decisão. Esta situação, considerada ” absurda”, uma vez que envolve questões políticas em torno da anistia de Jair Bolsonaro, pode deixar o empresariado em maus lençóis e, por causa consequência, afetar diretamente a manutenção de milhares de empregos em terras capixabas.
Em Baixo Guandu, produtores de rochas já estão diminuindo atividades e podem até paralisar a produção nos próximos dias, uma vez que que os compradores dos EUA já suspenderam os embarques das rochas comercializadas nas últimas semanas. A região de Alto Mutum Preto é a principal área de extração de rochas em Baixo Guandu, mas o município possui também serrarias que beneficiam o material para exportação.
Um produtor local disse ontem que, se a questão das tarifas não for resolvida, a produção pode até parar nas próximas semanas. ” Sem embarques, não há como continuar a relação comercial com os EUA. É para lá que vão 62% da produção capixaba, inclusive rochas beneficiadas”.
No café, o Espírito Santo deixou de embarcar, nos últimos dias, 42 mil sacas para os EUA, segundo o presidente do Centro de Comércio de Café do Estado, Jorge Nicchio. Esta situação preocupa demais, já que o café já vem sofrendo desvalorização constante nas últimas semanas e a questão foi agravada com o tarifaço de Trump.
Já enfrentando a queda de preços, (50,% na saca de Conilon e 34% no arábica), os produtores temem que, com os EUA deixando de comprar do Brasil, a queda de preços se torne ainda mais acentuada.
Publicado em 21/07/2025