Foi realizada neste sábado (16) uma homenagem a Sebastião Salgado, no Instituto Terra, em Aimorés, com a deposição de suas cinzas nas raízes de uma muda de peroba, conforme desejo do fotógrafo. A cerimônia reuniu familiares, amigos e autoridades locais para celebrar a vida e o legado do fotógrafo, que morreu em maio, aos 81 anos, em Paris, vítima de leucemia decorrente de complicações de uma malária contraída em 2010.
A celebração começou às 15h e contou com discursos sobre a importância do trabalho de Salgado e seu compromisso com o meio ambiente. Segundo a família, o local escolhido para depositar as cinzas — a terra fértil e abundante da antiga fazenda dos pais do fotógrafo — simboliza o projeto de reflorestamento iniciado por Salgado e que segue sendo cuidado por seu filho Juliano.
Durante o evento, familiares e representantes do Instituto falaram sobre a importância do legado de Salgado, enquanto a comunidade local prestava homenagem ao fotógrafo que projetou Aimorés no cenário mundial. A cerimônia terminou por volta das 16h30, com momentos de lembrança e celebração da vida e obra de Sebastião Salgado.
O legado de Sebastião Salgado
Considerado um dos fotógrafos mais importantes do mundo, Sebastião Ribeiro Salgado Júnior nasceu na cidade de Aimorés (MG), em 1944. Ele conquistou projeção internacional por seu trabalho documental em preto e branco, registrando a humanidade e a natureza.
Entre seus projetos mais conhecidos estão “Trabalhadores”, “Êxodos” e a cobertura de Serra Pelada, o maior garimpo a céu aberto do mundo. Ao longo de sua carreira, percorreu mais de 120 países, combinando estética e compromisso social.
Ele era formado em Economia, mas descobriu a fotografia em 1973. Desde então, nunca mais deixou essa paixão.
Instituto Terra
Fundado em 1998 por Sebastião e sua esposa Lélia Wanick Salgado, o Instituto Terra é uma ONG dedicada à recuperação ambiental da Mata Atlântica.
O Instituto surgiu de um sonho ambicioso: mudar o cenário de degradação ambiental na região da Fazenda Bulcão, onde o fotógrafo passou a infância. O que começou como a recuperação de uma propriedade familiar se tornou um dos maiores projetos de restauração ecológica e educação ambiental do país.
A organização administra a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Bulcão, área de 608 hectares que passou por reflorestamento significativo, com o plantio de 2,7 milhões de árvores.
Fonte: g1.globo.com/mg
Publicado em 18/08/2025