O Espírito Santo vai fechar o ano de 2024 com a menor taxa de homicídios da série histórica de três décadas: 20,6 homicídios por 100 mil habitantes, menor do que a média nacional que repousa na faixa de 22 homicídios/100 mil. Os números são do painel de homicídios da Secretaria de Estado de Segurança Pública.
Esta informação foi detalhada pelo governador Renato Casagrande (PSB) e pela cúpula da Segurança Pública Estadual em entrevista coletiva nesta segunda-feira (30), pela manhã, no Palácio Anchieta. O chefe do Executivo atribui os bons resultados ao processo Estado Presente, coordenado pelo secretário de Planejamento, Álvaro Duboc, que é delegado federal a exemplo do secretário de Segurança., Leonardo Damasceno.
Antes de entrar no tema, o governador deu um “puxão de orelhas” no Governo Federal pelo que considera falta de diálogo com os Estados no assunto de segurança, a propósito do decreto presidencial acerca do uso excessivo de armas. “Para nós, o decreto é inócuo, porque já utilizamos essa metodologia e essa prática aqui no Espírito Santo”, disse o governdor.
ÍNDICE EM QUEDA
Em números absolutos, o Espírito Santo registrou 345 homicídios até a 00 hora desta segunda-feira (30), enquanto no mesmo período de 2023 de 125 crimes de morte, uma redução de -12,9%. Pela lei das médias deverá fechar o ano na faixa de 848 homicídios.
“Criamos o Estado Presente em 2011 e viemos reduzindo gradativamente os índices. Em 2009, tínhamos mais de 58 homicídios por 100 mil habitantes e vamos fechar o ano com 20,6 homicídios por 100 mil. É um dado histórico importante, que não pode ser comemorado, porque ainda temos gente morrendo. Mas, pela primeira vez, possivelmente o Estado vai ter resultado abaixo da média nacional”, disse Casagrande.
O melhor resultado do ano foi obtido pela Região Integrada de Segurança Pública (RISP) Norte, composta pelos municípios da faixa litorânea de Fundão a Pedro Canário. A redução foi de -27,4%, caindo de 230 para 167 homicídios.
O pior resultado é da Região Serrana, nas montanhas capixabas, de Domingos Martins a lúna, incluindo a central (Santa Teresa, São Roque do Canaã, Santa Maria de Jetibá, Itarana e Itaguaçu), com aumento de 9,3%. Entretanto, o valor absoluto tem pouco impacto sobre o geral. A elevação foi de 54 para 59.
Demais regiões também reduziram: Metropolitana (-12,3%), Noroeste (-5,2%) e Sul (-3,3%).
NOROESTE: FORA DO TOM
Nove municípios destoaram na região do Comando de Policiamento Ostensivo (CPO) Noroeste e Superintendência Noroeste da Policia Civil e aumentaram seus índices: Pinheiros, Ponto Belo e São Gabriel da Palha, na área 02 (2° Batalhão da PM e 17. Delegacia Regional, de Nova Venécia) e Ecoporanga, Mantenópolis e Água Doce do Norte, na área do 11 Batalhão e da 14a Delegacia Regional de Barra de São Francisco. Na região de Barra de São Francisco, nenhum muinicípio teve redução de homicídios.
Diminuíram os homicídios os municípios de Nova Venécia, Boa Esperança e Vila Pavão na AISP 02, Colatina, Baixo Guandu, São Domingos do Norte, Pancas e Governador Lindemnberg na AISP 08. Em Baixo Guandu houve a maior queda. Em 2023 havia tido um pico de 12 homicídios, caindo para 3 em 2024, uma queda de -75%.
COMO SE CALCULA
A taxa de homicídios é expressa em unidades de mortes por 100.000 habitantes por ano, correspondente a Mortes Violentas Intencionais (MVI).A taxa de homicídios no Brasil em 2023 foi 22,8 mortes por 100 má pessoas, equivalente a 46.328 homicídios em números absolutos, redução de 3,4% em relação ao ano de 2022.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, no ano de 2023, a unidade federativa com a maior taxa de homicídios do Brasil foi a Amapá com 69,9 mortes a cada grupo de 100 mil habitantes, seguido da Bahia (46,5) e Pernambuco (40,2). O estado de São Paulo teve a menor taxa (7,8), seguido de Santa Catarina (8,9) e Distrito Federal (11,1).
As maiores reduções nos crimes violentos em 2023 foram observados em Rondônia (-14,2%), Rio Grande do Norte (-13,9%) e Paraná (-12,8%). Os maiores aumentos em relação ao ano anterior foram no Amapá (+39,8%), Mato Grosso (+8,1%), Mato Grosso do Sul e Pernambuco, ambos com +6,2% de aumento.
FONTE: tribunanorteleste.com.br