Texto: Leonel Ximenes – A Gazeta
Capixaba de Baixo Guandu, morreu nesta segunda-feira (8), aos 73 anos, no Acre, o jornalista Flaviano Schneider. A causa da morte não foi revelada. Ele deixa a mulher e duas filhas. Flaviano chegou a trabalhar no jornal A Gazeta, nos anos 1970, como redator e repórter de matérias especiais.
Schneider foi um repórter atuante na imprensa do Acre desde os anos 1980 e chegou a ser assessor de imprensa do então senador petista Tião Viana. Definia-se como um mônada, expressão filosófica para definir uma substância simples.
Seu corpo foi velado em Rio Branco (AC) no santuário da Colônia Cinco Mil, da doutrina do Santo Daime, do qual ele era seguidor.
Schneider se interessou subitamente pelo Acre, ao conhecer a cultura espiritual da ayahuasca, da qual faz parte a doutrina do Daime. Influenciado pelo estilo de vida hippie e com um grande desejo de conhecer e viajar pelo país, foi para a Amazônia com o objetivo de fazer o que chamava de “uma busca interior”.
“O entrosamento com a comunidade do Daime foi marcante e fez com que eu ficasse de uma vez por aqui. Casei-me com uma acriana em 1984 e trabalhei em todos os jornais impressos que existem hoje, além de alguns que não existem mais, como A Folha do Acre”, relatou, em 2017, ao portal “Notícias do Acre”, informativo do governo acriano, por ocasião da sua aposentadoria após 50 anos de militáncia no jornalismo.
Irmão de Flaviano, o também jornalista Eleutério Schneider lembra que aprendeu muito com ele. “Flaviano sempre amou a profissão de jornalista, tanto que militou exatos 50 anos na área. Deixou o Espírito Santo nos anos 1980, depois de me incentivar a seguir na mesma profissão, me levando também para A Gazeta, onde fiquei por 11 anos.”
Eleutério, que tem 68 anos, mora em Baixo Guandu e até hoje atua na área da Comunicação, trabalhou em A Gazeta entre 1976 e 1987, sendo um ano em Vitória e 10 na sucursal do jornal em Colatina. Ele afirma que seu irmão se realizou espiritualmente indo morar na Amazônia.
Em 20 de março de 1976, Flaviano fez uma matéria especial para A Gazeta – “Habitação popular – mas nem tanto” -mostrando o drama habitacional das famílias de baixa renda no Espírito Santo. “O déficit habitacional, bem como o baixo poder aquisitivo da população, são problemas que afligem o Brasil”, escreveu.
Nada tão atual, infelizmente.
Flaviano foi em paz. E na simplicidade com que sempre sonhou. E alcançou.
Vá com Deus primo Flaviano Schneider.
Meus pêsames aos familiares e amigos de Flaviano Schneider pela lamentável perda.