Os secretários estaduais de saúde eleitos para a Diretoria do Conass para a gestão 2022/2023 tomaram posse nesta quarta-feira (27), em solenidade realizada na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), com a presença de autoridades do Ministério da Saúde, Conasems, Conselho Nacional de Saúde, parlamentares e outras instituições da saúde.
Em seu discurso, o secretário de Estado da Saúde do Espírito Santo e presidente do Conass, Nésio Fernandes, agradeceu o ex-presidente Carlos Lula, pela liderança que teve frente ao Conselho durante uma das crises sanitárias mais desafiadoras da atualidade: a pandemia de Covid-19.
Para ele, mesmo com todas as adversidades e perdas ocorridas na pandemia, foi possível salvar milhões de vidas e o sistema, público e universal de saúde, um dos maiores do mundo, foi reconhecido como fundamental ao País.
Nésio enalteceu o Sistema Único de Saúde (SUS) e afirmou que ele reflete a capacidade de luta de um povo pela vida. “O SUS é resultado de décadas de construção, em ambientes de tensão, reivindicação, diferenças de opinião, mas também pela busca de entendimentos e unidades na ação. Ele é instrumento de justiça social”, disse.
Para ele, a pandemia desafiou, não somente o sistema de saúde brasileiro, mas também todos os sistemas políticos do mundo, revelando o melhor e o pior de cada um deles. “Além da saúde pública, a rede privada de serviços de saúde também foi estrangulada. E no colapso da rede privada, em praticamente todos os estados do Brasil, a classe média e setores mais ricos da sociedade também foram acolhidos e cuidados pelo Sistema Único de Saúde”, destacou.
Nésio mencionou ainda a importância da vacinação para o controle da pandemia e afirmou que a imunização de toda a população com esquema completo é o grande desafio do momento já que a confiança nas instituições e nas vacinas foi frontalmente atacada por campanhas de desinformação. “Sem o avanço das coberturas vacinais, a Delta e a Ômicron poderiam ter nos levado a um milhão de óbitos no Brasil, mas foi com vacinas que mitigamos as novas ondas de internações e óbitos e vamos conquistar neste momento o maior período de controle da pandemia que ainda não acabou”, ressaltou.
O presidente chamou a atenção para a importância do processo eleitoral que ocorrerá este ano. “O SUS é um consenso nacional e o eleitor irá exigir dos seus representantes projetos claros para melhorar a saúde pública. O eleitor quer a saúde pública com qualidade. O Conass vai participar deste processo construindo diálogos e entendimentos com todos os campos políticos, para que a agenda do sistema, em 2023, comece com o apoio de todos os campos da vida política do Brasil”.
Ao transmitir o cargo, o ex-presidente Carlos Lula observou que a nova diretoria do Conselho tem a missão de realizar um diálogo institucional efetivo que aponte os melhores caminhos para o sistema de saúde brasileiro. Lula enfatizou a importância de que todas as instituições que fazem o sistema trabalhem em conjunto. “Essa é a reflexão que devemos fazer sobre o SUS. Devemos estar unidos porque política de saúde é construída a muitas mãos. O fundamental que fica é que sim, podemos fazer muito mais quando trabalhamos de mãos dadas”, disse.
Presente na solenidade, a vice-governadora do Espírito Santo, Jacqueline Moraes destacou o conhecimento e a experiência do secretário Nésio Fernandes, enquanto médico humanista que ama as pessoas, a profissão e o SUS. “As políticas públicas têm grande papel de salvar vidas e eu sou um grande exemplo disso”, observou.
O representante do Conselho Nacional de Saúde, Heleno Rodrigues Correa ressaltou a importância de continuar com o trabalho democrático, representativo e amplo que se reflete nos estados. Para ele, os secretários de saúde se consolidam como companheiros de jornada e como aqueles que compartilham as dificuldades de promover o Sistema Único de Saúde no Brasil como a maior política pública de impacto populacional do país. “Isso é uma missão ao mesmo tempo pesada e gratificante. Esse momento democrático deve refletir a percepção de que o SUS só e viável por que os seus conselhos, em todos os níveis, nacional, estaduais e municipais conseguem conviver com os desejos da população em caráter paritário”, frisou.
O presidente do Conasems, Wilames Freire Bezerra também ressaltou o fortalecimento do SUS na pandemia. “Esse sistema apoiou a população na hora em que ela mais precisou. O trabalho desenvolvido por estados e municípios mostrou a força e a simbologia de entidades como o Conass e o Conasems no processo de superação de uma grande crise e trouxe a oportunidade de fortalecer o diálogo e promover a otimização dos recursos que devem ser investidos no Sistema de Saúde”.
O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres destacou que a guerra da saúde é sempre real. “É uma guerra diária. O SUS foi submetido a um grande teste na pandemia. Foi uma grande e difícil missão”.
Para a representante da Opas/OMS no Brasil, Socorro Gross, “o SUS é uma força conjunta. Hoje é um dia muito especial para o SUS que é grandioso e é a mais forte política social brasileira. O SUS é o único sistema único no mundo para uma população de mais de 100 milhões de habitantes”.
Já para o secretário executivo adjunto do Ministério da Saúde, Marcus Vinicius Fernandes Dias, o sistema de saúde brasileiro é um grande patrimônio brasileiro. “O SUS é resiliente e saiu mais forte da crise. O SUS é imprescindível para a sociedade brasileira”, pontuou.
Fonte: Ascom Conass