Atendendo ao pedido do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), coordenou na tarde desta sexta-feira, dia 14 de janeiro, a primeira reunião da Sala de Crise da Cheia do Rio Doce. No encontro foram apresentados os cenários, desde o início do período chuvoso, e as previsões até a primeira quinzena de fevereiro.
Na abertura do encontro, o presidente do CBH- Doce, Flamínio Guerra, destacou que algumas cidades da Bacia Hidrográfica do Rio Doce sofreram muito com a chuva e acredita que trabalhar com prevenção é o ideal para evitar problemas maiores. “Sabemos que é muito importante a construção do Plano de Convivência com as Cheias para os municípios. É fundamental ter um documento para nortear a atuação dos órgãos oficiais em um momento como este, onde todos sofrem.”
O diretor-presidente da Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – Filial Governador Valadares, André Marques, também participou da reunião e fez questão de frisar que “é importante estreitar os laços entre os diversos atores da Bacia, tanto entre os que monitoram informações, como os que executam as ações, e essa Sala de Crise é o local ideal. Eu acho que é um bom acontecimento e vai ser muito interessante para o Doce”.
Estação Chuvosa
De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), desde o início do período chuvoso (novembro/2021), na região foram registradas chuvas acima da média, com precipitação acumulada acima de 500mm. Já no mês de janeiro, houve do dia 03/01 até 13/01, a concentração de chuvas em curto espaço de tempo, com precipitação acima de 250mm, fato que colaborou para o alagamento.
Previsão de chuvas para os próximos dias
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), do período de 14/01 até 21/01, são esperadas poucas chuvas. Para a semana subsequente, de 21/01 a 27/01, a expectativa é de o cenário continue. O período de poucas chuvas tem a tendência de se prolongar até a primeira quinzena de fevereiro.
Inundações
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM), responsável pelas estações de monitoramento do nível do Rio Doce, detalhou que as cidades de Governador Valadares, Tumiritinga, Galiléia, Resplendor, Conselheiro Pena, Aimorés, Baixo Guandu, Colatina e Linhares ainda se encontram em estado de inundação (14/01 – 15h). A tendência é de que o nível do Rio Doce nestas áreas abaixe nas próximas horas.
Encaminhamento
Os representantes do CBH-Doce presentes na reunião, destacaram a importância do alinhamento entre comitê, órgãos oficiais, prefeituras e defesa civil para a disseminação de informações sobre as previsões, alertas a fim de preparar a população para a adoção de medidas de mitigação das cheias. Como encaminhamento ficou definido que a Sala de Crise será fixa, com início dos trabalhos na primeira quinzena de novembro.
Atuação do CBH-Doce e afluentes nas cheias de 2022
Durante as Cheias de 2022, o CBH-Doce e comitês afluentes articularam o envio de informações dos órgãos oficiais, como o Boletim Extraordinário do nível do Rio Doce e suas previsões. Os boletins foram postados nas redes sociais diariamente e atualizados a cada nova medição feita pela CPRM.
Durante o cenário de desinformações voltadas ao Rio Doce, foi criada uma página de checagem de notícias, para constatar se a informação era #fake ou #fato. Tal medida, teve o objetivo de barrar que informações falsas fossem repassadas à frente, evitando assim um pânico maior na população.
Foi criada também uma página contendo informações com os mapas da mancha de inundação. Esses mapas podem ser utilizados como incremento ao sistema de alerta, que, em função dos resultados de previsão das cotas de inundação, permite alertar autoridades, Defesa Civil e, quando pertinente, a população em geral sobre as áreas a serem atingidas pela enchente.
Quem participa da Sala?
Além de conselheiros do CBH-Doce, para o encontro foram convidados representantes da Casa Civil da Presidência da República, Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), Defesa Civil dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e da Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – Filial Governador Valadares. O encontro foi coordenado pela Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico (ANA).
Fonte: JornalGVNews