Cerca de 100 manifestantes que ocuparam a linha férrea da Vale em Aimorés, na noite de quarta-feira, deixaram o local na noite de ontem, após determinação judicial.
O movimento causou a paralisação da circulação de trens da Vale por mais de 24 horas, inclusive o de passageiros. O trem que saiu às 7 horas de Vitória ficou o dia inteiro ontem retido em Baixo Guandu, com cerca de 500 passageiros aguardando uma definição. A Vale providenciou ônibus para muitos seguirem viagem.
Já o trem que vinha de Belo Horizonte com destino à capital capixaba ficou retido em Governador Valadares, na mesma situação, durante o dia de ontem. A normalização da circulação do trem de passageiros só deve acontecer amanhã.
Os manifestantes que paralisaram a circulação dos trens , incluindo indígenas, reclamam a volta imediata do pagamento do AFE (Auxílio Financeiro Emergencial) para todas as categorias impactadas pelo rompimento da barragem de Mariana, em 2015.
Nota
Ontem a Fundaçao Renova, responsável pelas reparações do caso Samarco, divulgou nota abordando a paralisação da via férrea da Vale:
“A Fundação Renova esclarece que considera legítima qualquer manifestação pacífica popular, coletiva ou individual e reafirma que estabelece o respeito e o diálogo como prática norteadora de suas ações. Contudo, a instituição considera que não é possível haver qualquer tipo de negociação mediante ações que violem o direito de ir e vir de terceiros, trazendo riscos para as pessoas.
Quem deseja pleitear indenização junto à Fundação Renova tem duas opções: O Sistema Indenizatório Simplificado e o Sistema PIM/AFE, que funcionam por meio de plataformas online disponíveis no site da Fundação Renova. Na primeira, implementada a partir de decisão judicial e que segue regras definidas pela Justiça, são tratadas tanto as categorias informais como as formais. Já a segunda é voltada para quem tem a comprovação dos danos e atende aos critérios de elegibilidade do Programa de Indenização Mediada (PIM) e do Programa de Auxílio Financeiro Emergencial (AFE), conforme o Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC).
A Fundação Renova permanece dedicada ao trabalho de reparação dos danos provocados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), propósito para o qual foi criada. Cerca de R$ 20 bilhões foram desembolsados nas ações de reparação e compensação pela Fundação Renova até fevereiro de 2022. As indenizações e Auxílios Financeiros Emergenciais (AFEs) pagos a atingidos de Minas Gerais e do Espírito Santo chegaram a R$ 8,74 bilhões, para mais de 368 mil pessoas.”