A Prefeitura de Baixo Guandu arrecadou nos últimos dois anos (2021/2022), a fabulosa quantia de R$ 266 milhões, o que significa uma média mensal de R$ 11,7 milhões entrando nos cofres públicos a cada trinta dias. Ou, ainda, R$ 390 mil a cada 24 horas entraram nos cofres da Prefeitura.
Trata-se de uma evolução fantástica da receita municipal, levando-se com consideração os últimos 10 anos. A arrecadação simplesmente passou de R$ 65,7 milhões, em 2013, para R$ 139,3 milhões em 2022, um crescimento muito positivo, o que atesta um bom período de crescimento na economia local.
Falta de obras
O prefeito Lastênio Cardoso, portanto, teve à sua disposição nos anos 2021/22, a quantia de 266 milhões para gerenciar Baixo Guandu. Somando-se os recursos deixados em caixa pelo ex-prefeito Neto Barros, no valor de R$ 30 milhões, estes números crescem: Lastênio gerenciou em 2 anos R$ 296 milhões, uma quantia fantástica para um município de 31 mil habitantes.
Todo este dinheiro passando pela Prefeitura, no entanto, não está se traduzindo em obras. A rigor, o prefeito Lastênio Cardoso só entregou até agora 5 quebra-molas, (3 na avenida Beira-Rio e mais dois em frente ao cemitério municipal), o que pode ser considerado muito pouco para os R$ 296 milhões que ficaram disponíveis nos cofres públicos de Baixo Guandu, nos últimos dois anos.
A atual gestão inaugurou, sim, a nova praça São Pedro, mas ela foi encontrada 90% pronta, faltando apenas alguns detalhes para terminar. O atual prefeito Lastênio, no entanto, acabou gastando mais R$ 1,2 milhão para concluir a obra, porque resolveu mudar o projeto para adequá-la ao seu gosto.
Lastênio construiu também uma cobertura no pier do parque da Lagoa, no valor de R$ 145 mil, segundo consta, para proteger os “pedalinhos” em forma de cisne, do sol, porém nunca inaugurou ou divulgou devidamente esta obra. O Parque da Lagoa está, hoje, em estado de quase abandono.
A atual gestão está mais preocupada, ao que parece, com uma “birra” com Neto Barros. Tanto que abandonou duas obras que estavam sendo executadas pelo ex-prefeito: o Mercado Municipal (estava 90% pronto em dezembro de 2020) e o calçamento de 11 ruas no bairro Vila Kennedy. O Mercado foi concluído, mas Lastênio teima em não entregar; já as obras da Vila Kennedy estão abandonadas, com os moradores reclamando das péssimas condições das ruas que já deveriam ter sido entregues desde o ano passado.
Governo do Estado
Tirando os 5 quebra-molas e a cobertura do pier do parque da Lagoa, portanto, Baixo Guandu não viu obras da gestão atual, embora o município tenha arrecadado R$ 266 milhões neste período de 2 anos da gestão municipal.
O prefeito Lastênio tem divulgado que estão sendo concluídos os calçamentos dos patrimônios do Tamanco e de Santa Rosa, que teriam custado cerca de R$ 900 mil. Somando os quebra-molas, a cobertura do pier do parque da Lagoa e os dois calçamentos, não chega a R$ 1,5 milhão. É muito pouco para uma arrecadação de R$ 266 milhões.
Baixo Guandu parece que perdeu, nos últimos dois anos, a capacidade de investimento com recursos próprios. Isto porque as obras que estão sendo realizadas aqui são todas do Governo do Estado.
É o caso, por exemplo, do revestimento com Revsol da estrada que liga a sede de Baixo Guandu ao distrito de Ibituba, o asfaltamento de ruas no bairro Santa Mônica, do recapeamento asfáltico de ruas no centro e as anunciadas construções de creches nos bairros Vila Kennedy e Sapucaia.
Existe também em andamento, com recursos do Governo do Estado, a construção da ponte da rua dos Correios, sobre o rio Guandu e ainda o asfaltamento da estrada que liga a fazenda Fontenelle ao distrito de Alto Mutum Preto. Estas duas obras estão, porém, paralisadas no momento.
Arrecadação
Segue a evolução da arrecadação de Baixo Guandu entre 2013/2022:
2013 – 65,7 milhões
2014 – 77,7 milhões
2015 – 72,6 milhões
2016 – 74,0 milhões
2017 – 75,8 milhões
2018 – 90,1 milhões
2019 – 101,5 milhões
2020 – 119,3 milhões
2021 – 126,7 milhões
2022 – 139,3 milhões