Um advogado de 65 anos, residente na cidade de Aimorés (MG) e internado em Colatina em estado grave, pode ser mais uma vítima de um produto vendido como óleo de semente de abóbora, pela internet, contendo uma substância altamente tóxica (dietilenoglicol), a mesma que vitimou várias pessoas que consumiram produtos da cervejaria Backer, de Belo Horizonte.
A suspeita de que o advogado de Aimorés pode ter sido contaminado pelo suposto óleo de semente de abóbora surgiu depois que a Polícia Civil do Espírito Santo desvendou a morte de um casal, residente no município da Serra, que veio a óbito nos meses de fevereiro e março, depois de também consumirem o suposto composto natural comprado na internet.
O filho deste casal desconfiou do produto, adquirido de um laboratório clandestino de São Bernardo do Campo, denunciando o caso à Polícia, que fez diligências e prendeu o responsável pela fabricação do “medicamento”. Análises de laboratório confirmaram a contaminação do produto por dietilenoglicol, em quantidade 130 vezes maior do suportado para consumo humano.
Polícia investiga
A Polícia civil do ES já investiga a possibilidade do advogado de Aimorés ter sido também contaminado pelo suposto medicamento.
A Delegacia de Polícia de Jacaraípe, na Serra, entrou em contato com a esposa do advogado, depois de constatar que ele também havia comprado o produto falsificado.
A suspeita aumentou depois que a esposa do advogado confirmou à Polícia que o marido encontrava-se internado. Ela entregou o frasco do suposto medicamento, que foi parcialmente consumido, para análise da Polícia Civil.
O advogado de Aimorés, que já foi presidente da ACIASA, e também é empresário no ramo de padaria, luta há 90 dias com problemas de saúde, provavelmente decorrentes do consumo do óleo de semente de abóbora falsificado. Neste período ele passou por quatro cirurgias, sem que os médicos conseguissem identificar com clareza as causas da enfermidade.
Tudo começou com problemas gastrointestinais, que resultaram em duas cirurgias, depois foi feita mais uma operação para conter uma bactéria que se alojou no coração e, por fim, nova intervenção cirúrgica para tratar de um AVC.
Ontem o advogado, que sempre teve ótima saúde, apresentou discreta melhora e pode ainda hoje deixar a UTI do hospital de Colatina com transferência para um quarto comum.
Mas o estado de saúde dele ainda inspira cuidados pelos procedimentos cirúrgicos delicados a que se submeteu. A família do advogado está confiante na recuperação e liberou as informações para o Folha 1, objetivando especialmente alertar outras pessoas que podem estar consumindo o remédio falsificado sem ter conhecimento do risco que isso pode representar.
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