O presidente da Samarco, Rodrigo Vilela, vai comandar um novo ciclo de investimento de cerca de R$ 1,3 bilhão para dobrar a produção até 2025 alcançando 18 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro. Os recursos são do caixa próprio da Samarco, garante o executivo. “No nosso plano de negócios, R$ 300 milhões vão ser gastos este ano e R$ 1 bilhão no ano que vem”, calcula.
O plano de retomada gradual nasceu em 2020, e a capacidade produtiva de 100% será atingida em 2028. Para Rodrigo, a retomada gradual está baseada num processo de licenciamento robusto e segurança operacional. “Em Minas Gerais, a Samarco tem capacidade produtiva para chegar à produção de 30 milhões de toneladas”, informa o dirigente.
Produção
Para essa expansão, a Samarco vai utilizar dois concentradores e duas plantas de filtragem de rejeitos no Complexo de Germano (MG), um mineroduto e duas plantas de pelotização no Complexo de Ubu (ES).
Todas as estruturas estão com o Licenciamento Operacional Corretivo (LOC), obtido pela Samarco em outubro de 2019. Na presidência da Samarco desde maio de 2018, Rodrigo Vilela quer que a Samarco figure novamente dentre os maiores produtores de pelotas de minério de ferro do mundo aproveitando-se de um ciclo pela procura de produtos que auxiliem no processo de descarbonização do planeta.
“A pelota surge como excelente produto para reduzir a emissão de carbono de reatores produtores de aço na siderurgia”, afirma o dirigente.
Recuperação judicial
Rodrigo Vilela conta que a recuperação judicial da Samarco está próxima de se concretizar. “A Samarco já fechou no final de maio (deste ano) o acordo com os credores e espera ter o plano aprovado até agosto; essa é a expectativa”, avaliou o dirigente, referindo-se ao processo de acordo com os maiores credores da empresa.
Com isso, Rodrigo avalia que questões externas como a recuperação judicial serão deixadas de lado permitindo que a empresa foque no negócio principal dela – a produção de pelotas de minério de ferro. “Com a recuperação judicial, a Samarco volta a ter acesso ao mercado”, disse Rodrigo diante da reinserção da empresa no mercado de crédito até a autorização de novos financiamentos.
Empregos
A Samarco tem cerca de 11.600 empregados sendo cerca de 1.500 próprios e 10.100 entre terceiros e contratados. A Samarco prevê a geração de cerca de 3.000 postos de trabalho, sendo 575 próprios para cargos de nível técnico operacional para atuar em suas unidades em Minas Gerais e no Espírito Santo.
“A grande maioria dos empregados está em Minas Gerais na região de Mariana, Ouro Preto e Catas Altas. O projeto (de duplicação da capacidade produtiva) vai deixar 570 a 600 empregos diretos e essa diferença é flutuante”, comemora Rodrigo Vilela. As contratações na Samarco já começaram.
Mercados
A nova capacidade produtiva de 18 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro que a Samarco planeja produzir em 2025 será destinada a vários mercados internacionais. “O mercado da Samarco é transoceânico e a gente exporta a grande maioria para mercados da Europa, do Oriente Médio e Japão, além da América.
É um mercado que já estamos trabalhando desde a retomada da Samarco”, conta Rodrigo Vilela. Para isso, os investimentos correntes persistem – em reparação e descaracterização das barragens. A barragem de Germano está com 60% de avanço físico na descaracterização e o compromisso é entregá-la até 2027, informa o presidente da Samarco. “Nos últimos três anos, os investimentos correntes foram de R$ 1 bilhão”, acrescenta.
FONTE: www.otempo.com.br