As cidades de Baixo Guandu e Aimorés, vão ficar com o comércio em geral fechado por 14 dias, até 31 de março, numa tentativa de frear a contaminação do vírus da COVID-19.
A determinação de fechamento é dos governos dos Estados do Espírito Santo e Minas Gerais, que enfrentam dificuldades de atender aos doentes da pandemia, com o esgotamento de leitos de UTI.
Aimorés já está com o comércio fechado desde ontem e hoje a restrição passa a valer também em Baixo Guandu. Só podem funcionar os chamados serviços essenciais, como farmácias, supermercados, padarias, postos de combustíveis, lojas de alimentos e produtos agropecuários, entre outros.
Não há outra alternativa: se não houver distanciamento social, o vírus continuará matando sem piedade. Já são quase 280 mil mortos no país. Em Baixo Guandu são 48 óbitos e 33 na cidade de Aimorés.
Ontem à noite o prefeito de Baixo Guandu Lastênio Cardoso fez um pronunciamento em rede social, confirmando o fechamento do comércio , já que durante o dia a expectativa era de que a cidade não ia aderir ao decreto do Estado – o secretário de Saúde Vinícius Gobbo chegou a anunciar que o comércio ficaria aberto.
Lastênio falou em Ciência, lembrou a perda da própria mãe para a COVID-19 e pediu apoio da população para o distanciamento social como forma de evitar o contágio. Negacionistas da pandemia já estão chamando o prefeito Lastênio de comunista, criticando inclusive o fato dele não disponibilizar cloroquina nos postos de saúde como forma de combater a doença.
Ontem o governador Renato Casagrande fez uma videoconferência com os 78 prefeitos capixabas e conseguiu apoio de todos no cumprimento do decreto de quarentena. E quem se recusar a cumprir, pode ser responsabilizado por improbidade administrativa. O Ministério Público do Estado vai fiscalizar os prefeitos.
No ES, a ocupação de UTI s já passa de 90%, próximo de entrar em colapso. O secretário estadual de Saúde Nésio Fernandes afirma que a transmissão do vírus no Estado está avassaladora.
Em Minas Gerais, algumas regiões já estão com o sistema de Saúde em colapso. A restrição em Minas é ainda mais severa que no Espírito Santo, com proibição inclusive de circulação de pessoas das 20h às 6 da manhã.