Voz para os atingidos. Este é o lema da Frente em Defesa dos Atingidos pelo Rio Doce (FredaRio) uma associação criada para defender os interesses daqueles que foram impactados pelo rompimento da barragem de Mariana e que está atuando com determinação para que os recursos da repactuação cheguem às pessoas que aguardam há 9 anos por uma reparação justa.
A FredaRio conta com apoio de aproximadamente 400 advogados e 17 associações e está atuando em Brasília, vigiando o desenrolar do processo de repactuação, que se arrasta há anos e parece, neste outubro de 2024, ganhar contornos definitivos para um ‘acordo final’, envolvendo a União, os Governos estaduais de MG e do ES, além de instituições de justiça que servem de mediadores em torno de um acordo final – denominado repactuação.
“É inadmissível que os atingidos pelo rompimento da barragem de Mariana, tão gravemente afetados pela tragédia ambiental, fiquem de fora das negociações e não recebam uma compensação justa na repactuação”, explicou ontem uma fonte da FredaRio.
Consta que o acordo de repactuação será fechado por um valor de R$ 137 bilhões, a serem pagos pela Vale, BHP e mineradora Samarco, sendo que deste montante, R$ 100 bilhões seria do chamado ‘dinheiro novo’, uma vez que R$ 37 bilhões já teriam sido pagos em ações reparatórias desenvolvidas pela Fundação Renova. O pagamento dos R$ 100 bilhões seria feito ao longo dos próximos 20 anos.
Briga da FredaRio
A FredaRio entrou na briga da repactuação por uma motivação que envolve diretamente os atingidos. A explicação é simples: Os governos estaduais de MG e do ES programam usar o dinheiro da repactuação em obras de infraestrutura, ficando ainda a possibilidade de apenas a União (a possibilidade, é bom frisar) repassar um montante aos atingidos.
O ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, chegou a anunciar um pagamento de R$ 30 mil a 250 mil famílias atingidas no processo de repactuação, porém tudo está ainda na fase de negociação e sem um acordo definitivo.
Ontem a FredaRio divulgou uma nota oficial em sua rede social, admitindo que “querem nos intimidar”, e que ” nossa luta está apenas começando”, reiterando que a luta da instituição é unicamente voltada aos atingidos, que aguardam 9 anos por uma reparação justa.
Segue a nota da FredaRio:
FREDARIO TEM FORÇA E LEGITIMIDADE PARA LUTAR PELOS ATINGIDOS
A FredaRio, frente criada e apoiada por advogados e atingidos pela tragédia de Mariana, está incomodando – e muito – aqueles que não querem que as verdadeiras vítimas sejam ouvidas.
A Frente em Defesa dos Atingidos pelo Rio Doce é uma associação legítima, que reúne mais de 400 advogados e 17 associações. No total, a FredaRio representa cerca de 300 mil atingidos e comunidades.
A FredaRio tem representatividade e legitimidade para lutar pelos direitos das pessoas que tiveram suas vidas fortemente prejudicadas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. Nosso objetivo é garantir um acordo justo e fazer com que os recursos da repactuação cheguem às pessoas que aguardam há 9 anos por uma reparação digna.
Se essa defesa dos atingidos incomoda aqueles que se sentiam confortáveis em excluir as vítimas das negociações do novo acordo de reparação, a FredaRio responde com mais trabalho e ainda mais luta.
Estamos no caminho certo. E continuaremos a incomodar.
A FredaRio está aberta a todos que quiserem se associar ou apoiar. A todos que, como nós, partilham do mesmo propósito, que é alcançar justiça para os atingidos.
Era pescador de finais de semana para poder ter uma renda extra . Fui chamado para fazer cadastro PIM, mas até agora nada. Inexplicavelmente depois de consumir água, mesmo filtrada, do Rio Doce, passei a ter HIPERFERRITINA, aumento assustador de ferro no sangue.
Espero receber minha indenização.
Boa tarde o meu relato e eles estão fazendo hora com nossa cara pra nós pagar.
Eu morador de baixo guandu ES,nove anos esperando, e até agora não recebi nem um centavo,grande injustiça que estão fazendo com nós que foram atingidos.